Back in Black

Percebi que quando encontro-me deprimida, tenho de alguma forma extravasar toda a dor, mágoa, angústia que me corrói. Entretanto, quando mesmo em meio aos problemas, tenho algo de bom, me sinto melhor, fase boa e tal, me fecho e esqueço de extravasar as coisas boas também, pra multiplicar esse bem-estar. Quero (ainda que muitas vezes inconscientemente) tanto guardar aquelas coisas boas, que é como se o meu egoísmo encobrisse o coração e absorvesse tudo de bom que eu deposito ali, transformando tesouros que seriam pra vida toda em meras bijouterias passageiras. Quando estou triste, xororô, angustiada, sempre tento encontrar nos outros, nas outras coisas, uma maneira de melhorar, de animar, de pequenas felicidades. Porém, quando essa fase passa (sempre passa), esqueço de ser aquele bom lugar pra quem precisa, de ajudar assim como me ajudaram, de perceber as necessidades à minha volta. E por essas e outras, torno-me seca, fria, refugiada no meu próprio mal. Descobrindo talvez tarde demais, que tudo que precisamos nos outros, parte de nós mesmos. Mas ainda há tempo, nunca é tarde demais. Nunca. E esse otimismo tolo, confabula com o pessimismo inofensivo, pra no fim eu saber tudo que sei, esquecendo o nada que sou.
Tantos calendários parados no mês passado, que encontrei no meu quarto há dias, quando fui arrumá-lo, de nada serviram pra me explicar o que são esses dias que tenho passado. Eu me arrependo taaanto de taaaanta coisa, admito meus erros, dou o braço mais que a torcer...passo por cima de qualquer vestígio de orgulho...as NADA

-e que tudo mais vá pro inferno!

Não posso mudar o mundo.
Não quero mudar a mim mesma.
Não consigo viver com isso tudo.
Mudarei apenas à minha volta.
E sobreviverei, como sempre!