2012

Acho que essa transição toda e o medo do desconhecido, me fazem triste. Mas é uma tristeza tão poética e amena, que não incomoda, só está ali. A alegria que costuma chegar como um furacão, chega de mansinho, envolvendo e aos poucos, permanecendo. Devagar, a maturidade se instala e parte da juventude se vai. Fica só aquela emoção do novo, a simplicidade nos atos e a risada não mais tão alta, mas com toda a força que pode ter. Nem sequer imaginávamos isso tudo, pra quem nasceu na década de 80, o ano 2000 era o máximo que nos preocupávamos em prever. Chegou, passou e continua. Sem fim, por enquanto. Com a eternidade das almas, a imensidão da ignorância e a melancolia constante. Venceremos, porém não sem lutar. Conte comigo, conto, contudo, com você. Que venha mais um ano, que venha mais dois, três, multiplicados, até quando eu puder suportar.

Então é natal, clichê but true.

Eu não sei bem o que estou sentindo, mas essa época de renovação e transformação, definitivamente, acaba comigo. E depois eu melhoro. Acho que é essa a ideia. Saudades dos meus amigos, aliás, que amigos? Agora sim eu vejo a importância que alguns tem e a facilidade em abrir mão de outros. Família? É aquela que eu carrego no coração, há tempos. Não consigo e creio ser praticamente impossível, reunir toda ela novamente. Aliás, tem a de pai, a de mãe, a de mãedrasta. Já me acostumei a ter várias famílias, separadas. Mas o lado bom é que eu tenho várias, que me amam e as amo igualmente, aliás, até mais do que pensam. Trabalho, faculdade, trabalho, faculdade. Já me habituei ao trabalho, entrei na Matrix. Só falta minha casinha, com meu maridinho e meus filhos, mas isso vai demorar. É, época de planos, de esperanças, de ilusões que nos fazem acreditar, seguir. Porque quando deixamos de acreditar, nada faz sentido, então desistimos. Espero que esse novo ano nos traga sorte, na vida, no amor, na alma. Estamos todos cansados de não ter dinheiro e ainda assim conseguimos viver, bem? Há o valor real do material, com dinheiro podemos visitar quem amamos, presentear, sarar doenças e até ser felizes. Mas falta amor, amor que sobra dentro de nós e aprendemos (errado) ao longo dos anos, a guardar. Guardamos tanto, com medo de ficar sem, que ficamos sem da mesma forma. A falta de solidariedade, de carinho, de companheirismo, atenção, falta de vida, nos condicionou ao que vivemos hoje. E quando paro pra pensar, nossas dificuldades hoje são as mais fáceis de resolver e também as mais difíceis, pois precisam que mudemos a nós mesmos e isso, o orgulho, a vaidade, o egoísmo e a amargura, não deixam. Então, só o que posso fazer pelos outros, é desejar (porque os pensamentos tem muita força, principalmente quando ligados aos sentimentos) que tomem consciência do que realmente importa, mesmo que seja uma ideia turva, pelo menos, que entendam que estamos seguindo caminhos errados, que precisamos abraçar mais, dizer mais "eu te amo", sorrir mais, chorar mais, ainda que de alegria. Desejo, que eu aprenda a conviver melhor com o mundo, mas que eu não perca esse meu jeito de ver as coisas, não quero endurecer meu coração, mas a tal maturidade está querendo chegar, haha. Sei que isso é parte das promessas de final de ano, que todos fazem, mas nem todos publicam. Sei que sei demais, portanto, não sei nada. Estou aprendendo a deixar as pessoas irem, seguir caminhos diferentes, entendendo que elas vivem, independente de mim. E isso dói, pois são todos filhos que não tive, todos amores que não amei. Deus, sempre generoso e a vida, nem sempre injusta, vão me guiar, como sempre foi. E ano que vem, pretendo estar aqui novamente, dizendo que as pessoas mudam sim, que as coisas se transformam positivamente sim e que o mundo é bão, Sebastião! Feliz natal, feliz ano novo, feliz vida! E tenha certeza, que se você leu isso, é porque já faz parte do rol de pessoas (não tão seleto assim), o qual eu amo muito, de coração. Paz!

Ciclo.

Há uma tempestade de pessoas novas, enquanto as boas e velhas, se vão, seguem a correnteza. E todas as curvas me pedem pra parar, mas o fluxo me faz seguir. Talvez eu escorra, talvez eu seque, talvez eu até transborde. Mas por enquanto sou apenas uma gota, inútil. Um dia, quando eu encontrar o meu lugar, serei oceano, serei onda e mar. Não quero desaguar, como as cachoeiras, invadindo, despejando, cheia de pressão. Quero ser orvalho, gota única numa pétala, a qual completará o quadro, sendo infinitamente cativada, por mim.

Tears in Heaven

E chega o tempo de mudança, aliás, de mesmice. Todo ano, algumas pessoas vão e outras vem, outras são um espaço no tempo, paralelas à realidade, que completam o vazio do coração com a presença nas lembranças. E o tempo não nos pertence. Não adianta dar nó, puxar ou correr, porque o tempo se vai, independente das lágrimas ou dos sorrisos. E é essa falta de controle, esse sentimento de impotência e desespero, que me fazem ter total consciência da importância das coisas e das pessoas. E se eu nunca mais puder te abraçar? Então, abraçarei os nossos momentos, com todas minhas forças e lá, fechada no nosso mundo, seremos felizes, juntos, pra sempre.