Quase versos.


Agradaria contagiar-me com a alegria dos outros,
Mas quando a luz não vem de dentro,
Ela não consegue chegar no fundo.
Eu queria que me bastasse a felicidade alheia.
Eu que ria,
agora no meu sorriso tenho teia.

Quero ser grande?

Não assisto mais futebol, nem sei mais das músicas do rádio. Os jogos que conheço são de tabuleiro. Também desconheço as últimas notícias mundiais e as últimas celebridades. Não faço novas amizades. Não conheço novos lugares. Não tenho roupas novas. Os tênis e chinelos são os mesmos. Pelo menos eu ainda gosto de pipoca doce, embora demore tanto pra fazê-las que, geralmente, elas ficam murchas. Sinto saudade de tanta coisa, como quando eu esperava meus pais chegarem e ia correndo lavar a louça. Ou quando passava chamar minha melhor amiga pra ir à padaria comigo. Eu estou recorrendo frequentemente às coisas da minha infância, estou notando um leve exagero nessa frequência. E talvez, seja porque ser grande é tão difícil. Crescer é fácil, rápido, mas não indolor. Agora, ser grande requer tempo, paciência, perspicácia. Pra ser grande é preciso entender a dimensão das coisas, entender, principalmente, a diferença entre tamanho e importância. Pra ser grande é preciso muito. Mas não ser muito, é preciso ser na medida certa. E eu ainda continuo a procurar quem eu sou, o quanto sou, quem quero ser. 

Caos Mental

Eu tenho tanto pra dizer, mas não consigo organizar minhas ideias. É como se eu olhasse pra trás e visse todo o brilho e a magnitude dos meus pensamentos e agora confusão, desordem, baderna. Não sei se é a falta de hábito de escrever, ou o número restrito de pessoas com o qual passei a interagir e conversar. Talvez seja a falta de paciência. É, acho que é isso, não tenho paciência pra concluir um raciocínio antes de pensar em mil outros, todos pelas metades. E, ironicamente (ou não) estou sem paciência pra continuar a escrever, pra continuar a tentar explicar pra mim mesma o que não consigo entender.

Muito pelo contrário.

Certas coisas bobas me chateiam. E por ser tão chata, acabo me bobeando na ideia de que as pessoas sempre acharão o mesmo que eu sobre as coisas. Não sei definir bem, se é egoísmo ou algo assim, mas quando acho algo brilhante, e uma pessoa que eu acho brilhante não gosta, as luzes se apagam por um instante. Até que a senhora "maturidade" acenda minha razão e eu entenda. Talvez seja normal, mas essa coisa de rever os conceitos a todo tempo me incomoda um pouco. Uns me chamam de volúvel, outros questionam minhas convicções. Eu nem me chamo, porque sem querer eu já me enlouqueço, imagine se pedir a mim mesma alguma opinião.