Desculpe meu amigo, mas não dá pra segurar...

Em poucos segundos, palavras de todos os tipos fluem da mente para a garganta Há mágoa, confusão, raiva e dor. Acho que amor é paz (e vice-versa). Lembro bem que quando estou feliz, estou em paz, tranquila e, portanto, amando. O amor quando habita, se mexe e não incomoda. Já a amargura faz um tremendo estrago. Só por ficar paradinha ali, machuca e rasga tudo a sua volta. Não descobri como superar as milhares de mágoas que carrego no peito, mas acho que estou cada vez mais perto de reconhecer o amor, dentro de mim. Embora o amor apareça a todo momento, disfarçado de bondade, amizade, gratidão. Ainda assim somos egoístas e só o aceitamos quando vem claro, limpo, puro. Aceitamos, mas temos medo. E o mesmo medo de amar, é o medo de ser feliz.

És que ser?

A felicidade é mesmo questão de escolha. Porque como tudo tem, no mínimo, dois lados, então é possível ser feliz em cada instante. E, talvez, ser feliz não seja sorrir quando há vontade de chorar, por exemplo, talvez seja chorar, quando há vontade de chorar. Ser feliz é ser.

dramatização.

Se a vida imita a arte,
preciso trocar de canal,
mudar de estação,
atuar e aplaudir,
minha própria maldição.

Quase tudo de novo!

Meu filho acordou e, depois de muitos sorrisos nossos e algumas lágrimas (de emoção), decidi registrar os pensamentos e sentimentos. Hoje é o último dia do meu ano. E, muito provavelmente por isso, meus pensamentos estão explodindo na minha cabeça. Não posso dizer exatamente o que está acontecendo. É um turbilhão de emoções ao qual estou submetida pelos astros. Eu olho pra trás, porque às vezes é preciso. Nada que aconteça na minha vida vai superar a maravilha que é o meu filho pra mim. É como se Deus, por conhecer meu coração e saber que, mesmo tendo sempre sido feliz, por causa e apesar de tudo, soubesse que a minha luz está se apagando. Então, ele mandou meu filho, pra que a luz dele reforce a minha, pra que o amor que ele me trouxe me guie em qualquer escuridão que eu possa passar e, assim, eu encontre a luz divina, um dia. Eu me orgulho de saber que todas as vezes em que errei, neste último ano, eu não sabia que estava errando. Eu tentei fazer tudo da maneira que achava ser certa. Hoje, eu sei que não há como saber o que é certo e o que é errado. Quero viver esse próximo ano, guiada pelos meus sonhos, que certamente aparecerão. Meu coração não mais me guiará como antes, porque ele se engana, então engano-me também. Este coração não mais tão inocente e jovem, precisa de paz. Com o coração em paz, a mente firme e direcionada, não há como a vida não ser vivida. Aliás, só a vontade de tudo isso já me mostra que a vida está sendo vivida. Mas eu quero mais! Não como antes, hoje quero mais duração, mais prolongamento, quero me envolver com a eternidade. A intensidade, sempre tão importante pra mim, agora será secundária. Quando há paciência, calma, paz, a intensidade incide sobre tudo isso, mas deixa de ser o fim, para ser o meio. Enfim, só quero deixar registrado aqui, que apesar de não ter adquirido a maturidade que almejo, a paciência que preciso e de não ter feito todo o bem que posso, há vontade! E que Deus seja sempre meu guia, que assim como diz a oração da paz: eu leve luz onde houver sombra. Que eu possa agradecer pela magnitude da minha vida e tudo que me cerca, fazendo o bem, sendo o bem. Amém!

Sintomas de saudade.

Algumas pessoas aparecem magicamente em nossas vidas e depois se vão. Eis o momento em que devemos ser gratos pelas experiências. Ao invés de lamentar a ausência, sejamos felizes pela lembrança da presença. A saudade... ah, a saudade é o impulso pra que possamos procurar novas sensações e experiências, a fim de sentir mais saudade!

Há erros novos a se insistir.

Me diga a vantagem de ter ao seu lado alguém que não quer estar ali. Enquanto não sabemos disso, tudo bem, cada coisa a seu tempo. Mas quando é sabido, provado por a+b que a situação não pode evoluir mais, é tempo de "deixar de abraçar". Assim tento ser na vida das pessoas, por mais que eu ainda as ame (e geralmente o amor faz com que nos esforcemos), se não estou mais sendo produtivo, de forma alguma na vida de outrem, saio. Estamos aqui pra ajudar uns aos outros. E as relações tem validade, umas muito mais que as outras, mas tem. O porquê de estarmos aqui, é a evolução, o auxílio, o bem que faz bem. Se você adquire tal maturidade que o faz entender que a pessoa se tornou um peso, porque você não consegue mais ajudá-la (geralmente porque ela não quer e isso não cabe a nós, faz parte de um entendimento ao qual estamos alheios, ainda), deixe! Quem ama, também deixa! Quem ama (seja ao próximo ou a si mesmo, ou ambos), sabe a hora de ir conquistar o impossível, porém também sabe a hora de não andar mais quando se chega num precipício. Alguns arriscam, acabam voando. Outros (a maioria), acabam morrendo. É uma questão de escolhas e, quando não sabemos com certeza das consequências, é risco. E há riscos pelos quais não vale a pena entregar o que conquistamos: nós mesmos.

O príncipe e o dragão, os moinhos de vento, etc.

Eu prefiro o mundo das ideias, onde tudo é possível e a maldade é reversível.

Inverno solidário!


Sorria!
Assim seu rosto não envelhece.
Beije!
Quem é beijado sempre agradece!
Abrace!
Então aqueça, pelo menos, um coração.
Ame!
Faça alguém feliz em qualquer estação.

Brincadeirinha.


Não é mais madrugada
Acordo, sem acordo.
Criatividade instigada!
Estou ansiosa e feliz.
Aí meu filho chora:
mas mãe, eu tô aqui!
Então a vida, dura
nem tão sofrida assim
me lembra que o mundo lá fora
falha, mas não demora
e aqui dentro,
a alma de louça diz: me lave!
E a vida diz: me leve!
Ouço então o tal do tempo,
tanta loucura,
quanto pensamento!
A porta bate, é o vento!
Fiquei aqui, por um momento
agora tranquila, paciente
quase doente, de pensar
penso que devo, peço que pague
penso que devo... voltar!

I don't wanna grow up!

A maturidade é mesmo uma coisa muito chata, mas é preciso aprender usá-la e ela se torna a luz da sua vida. A menina que eu era, mimada, "independente" de cobranças, que saía por aí, anda gritando dentro de mim. Eu preciso dominá-la, explicar a ela qual o seu lugar: o passado. Preciso ser forte, ser mãe, meu filho precisa de mim e as pessoas me cobram isso o tempo todo. Às vezes, as mães também precisam de colo, mas talvez não seja a hora que eu mereça ainda, talvez eu ainda precise aprender mais pra merecer. Sou mulher, adulta, embora não sinta isso com tanta força, embora eu chore como uma criança, eu sei de tudo que uma vida de "gente grande" implica. Minhas vontades não importam mais, meu ego é algo extremamente humilhado e ferido, constantemente. E acredito que só quando eu chegar no limite, as coisas vão começar a melhorar. Ser mãe é se anular. As mulheres que tem o prazer e a sorte de criar seus filhos com a ajuda do cônjuge, e/ou do pai da criança, não fazem ideia do quão abençoadas são. Mas isso tudo é uma questão de planejamento ou de sorte. Eu quis muito meu filho (e ainda quero, só pra constar). E devemos aceitar quando o nosso querer é diferente do querer alheio. E o que me faz continuar, é a fé no querer divino. Não em recompensas terrenas ou celestiais, mas esperança de que se eu fizer tudo certo, pelo caminho do bem, tudo valerá a pena, pelo próprio bem que se paga sozinho. (Mesmo parecendo que não é assim... porque quem faz tudo errado sempre tem novas chances e, quem tem consciência e faz tudo certo, é fuzilado pelas pessoas, pela vida, pelo destino, a qualquer tropeço). O segredo é seguir, eliminar as mágoas enraizadas no coração, esfriar a cabeça, olhar nos olhos de pureza do meu filho e conseguir sorrir.

Passarinhos.

Será que as pessoas, ao viverem, normalmente, suas vidas, sentem saudades de mim, nos mais variados momentos? Será que eu marco a vida das pessoas de alguma forma, que elas vivam coisas novas, revivendo as do passado? Será que só eu revivo minha vida toda, todos os dias? Será que a gente esquece? Porque se a dor passa, o amor passa, o tempo também passa e, junto com ele, a vida.

Idiotice.

Há várias maneiras de sentir-se idiota. E há vários "tons" de idiota para se sentir. Já me senti tão idiota por ter sido enganada. Hoje me sinto idiota pelo mesmo motivo, mas num tom diferente. Estou sendo uma idiota assumida, intencional, uma idiota feliz.

Enfoque alternativo.

Coisas ruins aconteceram, mas tenho a coisa absolutamente mais importante da minha vida: meu filho... Quando olho pra ele, é como se coisas boas começassem magicamente a pairar sobre minha cabeça. Eu sinto que meu coração transborda amor através dos meus olhos. Sinto minha pele aquecer e sobrar carinho. Sinto vontade de ser melhor. Eu sinto! E como todas coisas da vida, há sempre o lado bom, e nem falo do Francisco, que está acima de qualquer coisa boa na minha vida... conheci pessoas super bacanas, que vieram pra somar coisas boas, aprendi a olhar pra dentro, a admitir os erros e as falhas das quais o orgulho sempre me privou de enxergar, percebi que não há laço maior que o do amor da família, descobri que eu tenho amigos - pouquíssimos e maravilhosos - aprendi a ter paciência e fé, mais do que nunca.Eu aprendi que todo mundo erra e que quando dizem que o amor supera tudo, não é do jeito que imaginamos, mas sim de um jeito único que só conhecemos quando passamos por isso. Aprendi a renunciar, sem obrigação, por vontade mesmo. Hoje, mesmo com tudo que deu errado e fugiu dos meus planos, dos meus sonhos, posso dizer que não me arrependo de nada, que acredito no propósito de Deus pra tudo isso (e não é conformismo, é a capacidade inquestionável que adquiri de mudar o foco). Estou aprendendo sobre perdão, dor e sofrimento, mas isso ainda precisa ser bem trabalhado, com muita razão e emoção brigando em mim.

O amor é uma dor...

Não importa se você tem vinte ou quarenta anos, quando se trata de relacionamentos, as atitudes podem até ser diferentes, mas o sentimento é o mesmo. Quem já se doou e ficou vazio, sabe do que estou falando. Não é uma questão de estratégia, nem de planejamento, muito menos de acaso ou coincidência. É algo que quanto mais se pensa, a menos conclusões se chega. Todos erramos ao longo do caminho, uns por excesso, outros por falta, outros ainda por ambos. E não importa se você acha que fez tudo certo, se o relacionamento não deu certo, em algum momento você errou, mesmo que tenha sido ao iniciá-lo. Não há fórmula pra ser feliz junto com alguém. Há relacionamentos ruins que funcionam misteriosamente bem. Acredito que existam almas gêmeas, mas que também existam almas que sejam próximas e, com a dose certa de "sorte", possam dar muito certo. Porque de nada adianta as almas serem gêmeas e se encontrarem em tempos diferentes. "Há muito mais entre o céu e a terra..." etc. Enfim, todo mundo erra, todo mundo sofre, todo mundo acha que ama. Mas pra saber que se amou de verdade, só quando o verbo vira passado mesmo. E eu amei, sofri, errei. Agora estou em busca da minha alma próxima, vizinha, prima, gêmea.... porque quero sim ser feliz com alguém e sei que é uma questão de tempo (tempo certo), e ainda pode dar certo!

Carta para o Francisco,


Hoje é a última noite em que você passará dentro da minha barriga, apertadinho, quentinho e extremamente seguro. Então, decidi vir aqui contar pra você algumas coisas, conversar com você e registrar, pra que quando possível, você leia e sinta o quanto já era importante pra mim, mesmo antes de nascer. Afinal, o nascimento é o momento em que você deixará de ser só meu e de Deus e passará a ser do mundo também (do papai, dos vovôs, das bisas, dos dindos, dos tios, primos, etc). Confesso que isso me dá um pouco de medo. Porque não há com o que eu me preocupe mais que com a sua felicidade, integridade, segurança, saúde. Dói meu peito de pensar em qualquer mal que possa te ocorrer. Filho, você é tudo aquilo que eu sonhei. Eu ainda não sei como você vai ser exatamente, nos detalhes, aliás, não me preocupo com isso, porque eu sinto, desde muito tempo, que você será um ótimo filho, que terei sempre orgulho de ti, que você será sempre a maior alegria da minha vida. Me preocupo em não ser a mãe perfeita pra você, mas confio no amor que me domina desde o dia em que descobri que você já existia dentro de mim. Dizem que quando você sair da minha barriga, entrará no coração pra nunca mais sair. Filho, você já mora no meu coração e domina meus pensamentos. Não existo mais sem você. E quando digo isso, penso em tudo que pode dar errado. Então eu respiro fundo e, mais uma vez, confio. Já que não foi uma gravidez fácil. Eu tive que amadurecer uns 9 anos em 9 meses. Eu continuo mimada e um pouco egoísta sim, mas o espaço pras coisas ruins foi tão diminuído, que eu posso dizer com certeza, que você fez de mim uma pessoa melhor. Eu senti culpa, por estar trazendo a esse mundo tão complicado, mais alguém pra sofrer as dificuldades da vida. Eu senti culpa por não ter preparado o melhor ambiente, por não ter nenhum tipo de estabilidade pra sua chegada, nem financeira, nem psicológica. Mas assim como você cresceu dentro de mim, dia após dia, se alimentando de suco de laranja, arroz, feijão, leite condensado e chips (dentre outras milhares de coisas saudáveis e algumas porcarias), você também se alimentou de tudo que é bom em mim. E talvez essas coisas boas tenham me faltado aqui fora, como paciência, alegria, até mesmo amor. Mas isso não importa, porque eu sei que você teve tudo isso, mesmo quando eu me descabelava de tanto chorar, você já foi maduro o suficiente pra me entender. E não acho que qualquer outra pessoa entenda isso, aliás, acho que vão dizer que tudo que acontecer de errado com você é culpa minha. Mas a nossa relação é de tanta cura, tanta confiança, de tanta força, que acho difícil você não ser, no mínimo, maravilhosamente bom. Eu tive medo filho, muito medo. Medo de não estar pronta pro que eu sempre sonhei: ser mãe. Mas é por isso que os filhos dos humanos demoram esse tempão pra nascer, porque é necessário muito aperfeiçoamento, muito aprendizado. Aprendizado esse bem doloroso e dolorido. Nunca tive um corpo dentro dos padrões de beleza aqui de fora, mas graças a Deus, sempre tive um corpo invejável aos olhos do mesmo, com tudo funcionando perfeitamente, completinho. E mesmo orgulhosa de ter saúde suficiente pra te nutrir, filho, eu também me entreguei à vaidade diversas vezes, me sentindo feia (horrorosa), sentindo medo de que seu pai não gostasse mais de mim, ou não me achasse mais bonita. Realmente, as formas ficaram mais distorcidas, meu cabelo caiu e secou, minha pele ficou horrivelmente manchada, mas os meus olhos, filho, esses nunca esconderam a sensação indescritível de ter você dentro de mim, de ter a sorte de ter você. Eu também aprendi, como diria nosso sábio Renato Russo (o qual você já deve conhecer, tanto do outro plano, como desse, por ter ouvido bastante suas músicas): "aprendi a perdoar e a pedir perdão". Sabe filho, ser mãe me ensinou a ser humilde perante Deus (e algumas pessoas), me ensinou que não importa quantos defeitos eu tenha, eu fui agraciada com o maior presente que uma mulher pode ter, sem dúvidas: ser mãe. E isso fez com que eu quisesse merecer isso, reavaliando meus pensamentos, minhas atitudes e, aceitando, que erramos muito e estaremos sempre cometendo novos erros, mas não podemos deixar n u n c a de tentar! São 9 meses de vida dentro de mim. Porque antes eu era mais alegre, mais divertida, mais festeira... e agora eu sou mãe, estou realmente viva. Minha alegria é você, me divirto com os seus chutes e quando você nascer, amanhã, será minha grande festa. É como se todas as outras coisas perdessem o brilho perto da luz mais intensa que posso ter na vida: você. Claro, como eu já disse, sofri bastante durante a gravidez, mas porque eu era muito errada e precisei me ajustar aos moldes maternos, pra esperar você chegar, filho. E ainda assim, tem tanta coisa que preciso aprender, melhorar, perdoar e, em um dia, é impossível que isso aconteça. Por isso, espero que você esteja preparado pra ter a mim, não como melhor mãe do mundo, mas como a melhor mãe que posso ser. Por você eu estou aqui, por você eu continuei um caminho que parecia dar em lugar nenhum. Nós somos uma família agora. Bem bagunçada por sinal, cheia de confusões e problemas, mas você vai ouvir muito, que não há alegria maior pra todos a nossa volta que a sua chegada. Aliás, já estou até com ciúmes, porque as pessoas que antes me amavam, já amam você mais que a mim. E isso é ser mãe, renunciar a qualquer mimo, qualquer luxo, qualquer coisa, mesmo que não seja necessário, que seja exagero, só pra sempre tentar fazer o melhor por você, filho.
No dia em que fiz o exame de gravidez, foi na hora do almoço (não contei ao seu pai pra não criar expectativas) e pensei: se eu não tiver grávida, confesso em pensamento que ficarei triste. E se estiver, minha vida mudará pra sempre e, estou pronta pra isso (Mal sabia o quanto não estava, mas a vida é muito perfeita nesse ponto e se encarrega de nos fazer super mães durante a gravidez). À tardinha, quando vi o resultado, fui no google, ver se era aquilo mesmo. E sim, estava grávida! Sonhei tanto com isso, mas nunca planejei, fui meio relapsa. Achava que seria a gravidez mais linda do mundo. Contei ao seu pai, ao vovô e à vovó (a qual me deu um sermão digno de mãe preocupada, mas logo se acostumou com a ideia). A minha intenção era gravar um vídeo, pra que ficasse eternizado o quanto estávamos felizes (não só seu pai e eu, mas todos nossos amigos e familiares, estes, meio preocupados, porque ao ver deles, seus pais são dois doidos). Mas foi tanta empolgação que cansamos e dormimos, e o vídeo foi sendo deixado pra depois, até que: pronto, você vai nascer amanhã e só o que eu faço é chorar. É, estou chorando, em parte por tristeza, por algumas coisas meio chatas, mas te garanto que é tudo relacionado ao mundo adulto, relacionamentos, expectativas, decepções, etc. Porque, a maior parte do meu choro é por você, divida em alegria: por finalmente ver a lindeza da mamãe, a minha obra prima, meu melhor, e te amamentar, mimar, ninar, cuidar, educar, criar, beijar e abraçar; e dividida em saudade, de ter você aqui dentro de mim, mexendo, incomodando às vezes. Saudade de estar nesse momento tão mágico (e louco) que é a gravidez. Agora a mamãe está deixando de ser criança e esse processo será consumado amanhã. Agora os mimos serão pra você, os carinhos também. Confesso que mesmo sendo meio azeda, vou sentir falta de passarem a mão na minha barriga com tanto cuidado. Agora a mamãe não vai mais ser cuidada, terei que cuidar de você. Os doces da sua madrinha e as regalias do seu padrinho, acho que serão minhas maiores saudades dos outros, da gravidez. Filho, eu queria te dizer que o mundo aqui fora é perfeito, mas não é. Tanto que sei o quanto você está bem aí dentro, mesmo com tanta loucura da sua mãe passando pra você. Mas apesar de não ser perfeito, ele é bom (É bão, Sebastião - acho que você vai gostar dessa música). Tem gente ruim, coisas ruins, fome, guerra, morte. Mas também tem luz, vida, música, arte, natureza - e animais maravilhosos, que alegram qualquer dia triste. Então, já que a gente tem que passar por aqui mesmo, espero poder ser sua companheira e guia, nessa nova jornada que será a vida aqui fora. Estou com medo de novo filho, medo de não poder estar com você em todos os momentos, medo de morrer e deixar você à mercê do mundo. Mas como você veio a mim na hora exatamente certa, sei que estarei com você enquanto você precisar de mim. Te amo com todas as forças e, sinto muito por não ter feito exercícios o suficiente pra que você nascesse de parto normal, afinal, queria te amamentar logo de início e, queria ter aquele momento mágico, sofrido, juntos. Mas nosso momento mágico será quando a gente se olhar pela primeira vez. E, acredite em mim filho, você nunca terá uma pessoa nessa vida que te ame mais que eu. E os próximos anos serão os melhores da nossa vida. Certamente os da sua, acredite: infância é o que há de bom nessa vida e farei de tudo pra que a sua seja o máximo! Então filho, que esse Deus que acredito tanto, que deu você pra eu cuidar, que esse mesmo Deus nos proteja; a você, porque eu te amo mais que tudo; a mim, porque eu preciso cuidar de você até você ser forte o suficiente pra se cuidar sozinho. Mais uma vez, te amo com todo amor que eu já fui capaz de sentir. E até que a adolescência nos separe (brincadeira), espero que eu consiga te manter perto de mim enquanto eu estiver nessa vida, porque nossas almas serão vinculadas por toda a eternidade, filho.

Com MUITA emoção, muito carinho e muito AMOR (sentimento que eu só aprendi o verdadeiro significado com você), estou te esperando aqui fora, filho!

Mamãe.

Alegria enquadrada.

Percebi que a maioria das fotos em que estou sorrindo ou fazendo careta, são intencionais. Mas as fotos em que eu estou dando gargalhadas, essas sim, são naturais. Não acho que seja meu melhor ângulo, ou que seja, de alguma forma, sexy. Comecei a dar mais valor pra verdade, que pra aparência. Eu quero me lembrar das risadas, dos momentos, da sensação de alegria. Cheguei na fase em que aprendemos que um bom momento vale mais que uma boa foto. Fotos são pra lembrar dos momentos, não o contrário. Estou tranquilamente feliz, assim, seguindo a correnteza, só por um tempo, pra ver onde é que vamos parar.

Meio-dia, de meias.

Quem se preocupa
liga antes do meio-dia
De quem é a culpa
quando o amor esfria?
Quem se pré-ocupa
não espera o outro dia
Pra vencer a disputa
entre o choro e a alegria.

Às vezes o que era um pensamento triste, vem como poesia... sem prosa, sem conversa, só inspiração.

Há tempos, há tanto... tempo!

Há tantos pensamentos soltos
Há saltos que são altos demais
Assaltos que roubam da mente
Tudo que tenho envolto, à volta,
ideias e ideais.

Há tanta vida pra sentir
Há tanto céu pra voar
E vivemos sonhando no chão
vendo a vida repetir
o que não queremos nem lembrar.

Há tempos, atentos, tentamos
pensar
Contentes, com dentes à mostra
lutar
Pela vida que nos descontenta
viver
com o medo do dia em que vamos
morrer.

(Às vezes fico contente com o pouco que sou).

Quase versos.


Agradaria contagiar-me com a alegria dos outros,
Mas quando a luz não vem de dentro,
Ela não consegue chegar no fundo.
Eu queria que me bastasse a felicidade alheia.
Eu que ria,
agora no meu sorriso tenho teia.

Quero ser grande?

Não assisto mais futebol, nem sei mais das músicas do rádio. Os jogos que conheço são de tabuleiro. Também desconheço as últimas notícias mundiais e as últimas celebridades. Não faço novas amizades. Não conheço novos lugares. Não tenho roupas novas. Os tênis e chinelos são os mesmos. Pelo menos eu ainda gosto de pipoca doce, embora demore tanto pra fazê-las que, geralmente, elas ficam murchas. Sinto saudade de tanta coisa, como quando eu esperava meus pais chegarem e ia correndo lavar a louça. Ou quando passava chamar minha melhor amiga pra ir à padaria comigo. Eu estou recorrendo frequentemente às coisas da minha infância, estou notando um leve exagero nessa frequência. E talvez, seja porque ser grande é tão difícil. Crescer é fácil, rápido, mas não indolor. Agora, ser grande requer tempo, paciência, perspicácia. Pra ser grande é preciso entender a dimensão das coisas, entender, principalmente, a diferença entre tamanho e importância. Pra ser grande é preciso muito. Mas não ser muito, é preciso ser na medida certa. E eu ainda continuo a procurar quem eu sou, o quanto sou, quem quero ser. 

Caos Mental

Eu tenho tanto pra dizer, mas não consigo organizar minhas ideias. É como se eu olhasse pra trás e visse todo o brilho e a magnitude dos meus pensamentos e agora confusão, desordem, baderna. Não sei se é a falta de hábito de escrever, ou o número restrito de pessoas com o qual passei a interagir e conversar. Talvez seja a falta de paciência. É, acho que é isso, não tenho paciência pra concluir um raciocínio antes de pensar em mil outros, todos pelas metades. E, ironicamente (ou não) estou sem paciência pra continuar a escrever, pra continuar a tentar explicar pra mim mesma o que não consigo entender.

Muito pelo contrário.

Certas coisas bobas me chateiam. E por ser tão chata, acabo me bobeando na ideia de que as pessoas sempre acharão o mesmo que eu sobre as coisas. Não sei definir bem, se é egoísmo ou algo assim, mas quando acho algo brilhante, e uma pessoa que eu acho brilhante não gosta, as luzes se apagam por um instante. Até que a senhora "maturidade" acenda minha razão e eu entenda. Talvez seja normal, mas essa coisa de rever os conceitos a todo tempo me incomoda um pouco. Uns me chamam de volúvel, outros questionam minhas convicções. Eu nem me chamo, porque sem querer eu já me enlouqueço, imagine se pedir a mim mesma alguma opinião.

Zoom

Há tamanha sobriedade pairando sobre meus dias, que fica difícil enxergar as coisas com os mesmos olhos turvos, com as mesmas lentes sujas e embaçadas. As coisas estão longe de ser claras, mas é como se de um marrom escuro, tivessem se tornado bege. Eu tenho muito medo. Tenho muita esperança também. E essas duas coisas me fazem sair do chão e viver numa realidade quase que paralela, de tanta fantasia e expectativa. Sim, me condeno por isso, mas também me absolvo, é meio difícil decidir por si só, quando se tem que decidir pelos outros. É aquela velha história de ponto de vista: quanto mais longe, maior a noção do que acontece; quanto mais perto, maior a noção dos detalhes. De longe, eu vejo toda reação, relação, relatividade; de perto, eu vejo toda necessidade, em tons vivos de loucura. O amadurecimento é confuso, porque parecemos estar chegando no topo da montanha, mas então, percebemos que era apenas um pequeno formigueiro. A perspectiva é outra; os conceitos são substituídos; a fé no desconhecido, reforçada pelo que vivemos, é a única coisa que se renova cotidianamente. Eu "vou indo", mesmo sem saber se "vou chegando".

Reconhecimento.

Quero te agradecer, por velar meu sono, por chorar meu choro, por sorrir meu riso. Mesmo que não possamos dormir sempre juntos, ou que você não produza lágrimas ao mesmo passo que eu, ou que eu exagere em gargalhadas enquanto você, tão somente, brilha os olhos. E quando eu urro de raiva, ou me afogo no travesseiro, sinto sua ausência. E então, logo em seguida, te procuro. Eis que está lá, tentando parecer que não está fazendo nada, tentando não me deixar saber que está se esforçando pra não piorar a situação, por não querer dizer algo errado, poda-se. E isto, é a maior prova de cumplicidade, de companheirismo: quando renunciamos às vontades impulsivas, para o bem de outrem. Eu amo sua alegria incontida, mas ainda não sei vivê-la e só. Sei que seremos sempre melhores, mais fortes, mais. Eu vejo em você um motivo pra melhorar (e meus pais sentiriam inveja disso). E quando já não tenho mais forças pra chorar, seguro sua mão. O choro vem mais fácil, um alívio me consome e, enfim, relaxa minha alma. Obrigada por ser tão eu, quando eu mesma não caibo em mim.

Curtir.


Juntos poderíamos ter sido mais que somos. Mas a prova de que as coisas acontecem no tempo certo, é que estamos tão distantes quanto duas estrelas da mesma constelação - parecem próximas ao serem vistas por quem está mais longe ainda. Se, por algum momento, você pensou igual a mim, já terá valido qualquer vislumbre, qualquer ideia, qualquer momento em que juntos, fomos mais (que éramos).

Bolhas de Sabão.

(...)Mas a vida é assim, passa rápido. E temos que agir como crianças que brincam com bolhas de sabão, às vezes correr, às vezes ter calma e delicadeza, mas sempre, mesmo sem entender, aproveitar o encantamento ao qual fomos sujeitados. E quando as bolhas estouram, ao invés de tristeza, devemos sentir a mesma alegria, porque elas se foram, mas quisemos isso, quisemos aproveitar a magia que envolve tudo isso.(...)

São Francisco de Assis.

É muito complicado quando conseguimos notar a dimensão das coisas que nos rodeiam e, percebemos que não temos sequer o direito de reclamar de nossas vidas. Não importa o tamanho da dificuldade, há tanta gente, tanta vida, que realmente precisa de ajuda, que realmente não tem as condições básicas de sobrevivência nesse mundo tão difícil, que me sinto ridícula, por estar, há minutos atrás, reclamando do quão as coisas são difíceis. É aí que eu percebo que tenho tudo pra ser uma boa pessoa, pra ser feliz, fazer o bem. E acho que é isso que dói tanto, saber que fazemos tão pouco ou quase nada. Sinto falta da minha certa ingenuidade de jovem, de achar que ia mudar o mundo. Se ia, realmente, ou não, é irrelevante. Porque eu fazia acontecer, eu acreditava. E o pouco que a gente faz, é melhor que nada. O mundo anda tão doente, mas ainda há esperança. Se aprendemos a valorizar tanto um sorriso, ainda tenho fé de que vamos aprender a valorizar uma vida. Quando não houver diferenciação entre um outro animal e nós, quando aprendermos a viver em harmonia com a natureza, quando aceitarmos nossas condições e lidarmos com nossos limites, quando entendermos que fazemos parte de tudo isso e o universo não está aqui para nos servir, aí sim, talvez as coisas passem a fluir de uma maneira nunca vista, e possamos então conhecer o verdadeiro significado de "viver".

Apesar de você, amanhã há de ser outro dia!

Hoje só está sendo um dia difícil e eu acredito que vá passar, assim como todos os outros dias, bons ou ruins, eles sempre passam. Não há o que fazer. Tem dias que nasceram pra ser assim. Não importa o quanto eu chore ou o quanto eu sorria, as coisas serão difíceis da mesma forma, mas tudo no tempo certo. Não adianta sorrir quando se quer chorar e, vice-versa. Isso só nos deixa confuso e abalados. Acho que a melhor coisa é, deixar tudo de lado, conversar com o travesseiro e, dormir. Amanhã será um novo dia. E eu acredito nele, porque é preciso acreditar!

Pavimentação

Estavam todos lá, uns parados e outros passando, ao passar da máquina de pavimentação. E todos pararam e se fizeram semelhantes, ao olhar para o trabalho daquele moço, que tinha os olhos fixos nas rodas da máquina, e os ouvidos protegidos do barulho ensurdecedor. Os que me acompanhavam no ponto de ônibus, se dividiram entre os que deram uns passos para trás e os que aparentemente não se importariam em levar alguns pingos de piche. E o que pensavam todas essas pessoas? Sempre me pergunto o que as pessoas estão pensando, mas hoje foi diferente, eram quase todos aqueles, sobre o mesmo assunto. O mesmo olhar de ângulos diferentes, portanto, olhares diferentes. Nunca saberei. Mas achei poético! Achei... passível de ser registrado. Aquele momento, em que todos olhavam um simples homem operar uma máquina e pensavam se aquele era o melhor horário, se ele ganhava bem para executar a tarefa, se aqueles pingos manchariam as roupas, se a fumaça do asfalto derretido era tóxica, se os carros iriam seguir o fluxo normalmente, se o ônibus encostaria ali, o quanto o barulho era irritante, o quanto o fato de estar acontecendo aquilo era irritante, qual a reação das outras pessoas, o que eles estavam pensando... Se eu soubesse pintar ou desenhar, pintaria um quadro daquele momento, mas as palavras pintam por mim, sob a imaginação de cada um.

inside.

E já não podem me julgar, se o mundo estiver em guerra e eu sentir paz no coração.

Fim.

Quando está tudo bem, não há motivo pra alguém te ligar. É preciso que você faça algo, chame a atenção, negativamente, só aí então, você terá longas horas de conversas tristes, mas ainda assim, são as conversas. A vida dá jeito pra tudo! Eu não queria a atenção? Consegui. E agora temos bastante o que conversar pra terminar tudo de vez. Quando você corre atrás, não é notado. Quando você é indiferente, correm atrás de você. Acho que o segredo está em encontrar alguém sem correr pra lado nenhum. E essa pessoa também, deve estar sem correr. A vida vai se encarregar de mover ambos na mesma direção. E aí então haverá o que eu chamo de amor pra vida toda. :)


Filmes, conversas e maracujá.

Não há do que reclamar, definitivamente. Minha mente está atingindo um estágio de estabilidade, o qual me faz ter calma, paciência, esperança (afinal de contas, os hormônios não são só ruins). Sou forte o suficiente para fazer tudo aquilo que a vida me pede. Busco forças em Deus, nas pessoas, nos pequenos milagres diários, também em mim. Quando fraquejo é porque me permito, confesso. Sou uma rocha, revestida de uma camada sensível de emoções, sentimentos, vulnerabilidade. Mas ao aprofundar um pouquinho, já é possível perceber que sou muito forte, o suficiente pra não me deixar abalar (muito), mas me refiro ao abalo negativo, porque faz bem acreditar, deixar-se levar pela felicidade. Enfim, a vida não é tão difícil assim... quero dizer: é muiiito difícil, mas não tanto quanto imaginamos. Há a parte boa, é fato. E esta, ameniza as dificuldades, fazendo com que possamos manter o controle saudável de boa parte do "tudo". 

Alie-se ao mundo das maravilhas!

E aquele momento em que você percebe que as coisas não são como você achou que eram. O mundo das maravilhas, é só da Alice. Eu não tenho nada daquilo. Aliás, só o medo. Decidi que isso não terei mais. Serão só vontades, erros, conquistas... sem medo. Não quero mais ter medo de conseguir o que eu quero. É esse meu medo que me faz errar tanto. Eu levo as coisas à serio demais, e isso não é compatível com o mundo. É preciso levar tudo na brincadeira e, se eu souber o momento exato da seriedade, assim será. Mas não pecarei mais por medo. O medo de brincar com coisas sérias e errar sobre o momento certo me fez sofrer demais. Olho a minha volta e tenho o que? Medo. Não quero mais viver assim, também não quero mais ter medo. E repito, assim será, assim que eu conseguir.

Sábado à noite.

Chegou o tempo em que a galera tá tocando violão, bebendo, rindo à toa. Festa na casa do fulano, showzinho no bar tal, férias na praia...

Agora que eu já aprendi o quanto custa o dinheiro,
o quanto pesam nossas responsabilidades,
e o quanto um filho muda a nossa vida...

Estou aprendendo que a juventude vai passar, talvez nos afastemos de quem mais gostávamos de estar perto, mas é preciso fazer escolhas e Deus sabe o quanto essa parte é difícil! O mundo dá muitas voltas, isso me preocupa, mas também me motiva. Agora é a minha vez de seguir em frente... Sem esquecer o valor das primeiras coisas que citei, mas aprendendo que há outras coisas na vida, como correr atrás do futuro, até que um dia, possamos caminhar no presente, tranquilos e, principalmente, felizes... e isso, não tem preço!

CTRL

As pessoas costumam reclamar sobre eu querer tudo do meu jeito. E quem é que não quer? Apenas quem se abstém. É claro, quando deixamos as coisas acontecerem, fora do nosso controle, a vida nos surpreende (nem sempre negativamente), mas está na hora de tomar o controle de volta, dominar a situação por um tempo, fazer acontecer. Porque eu até dei oportunidade pra decidirem por mim, mas a que ponto cheguei? Na insatisfação plena. E é com isso, que chegarei ao oposto, outra vez.

Seu nome eu já sei!

Aguardo, ansiosamente, pelo momento igual a este, em que estarei sozinha, porém não sentirei falta de ninguém. Ei! Daqui a pouco o meu filho nasce, emprestado de Deus, pra que eu aprenda o que é não precisar mais de ninguém, porque alguém precisa, todo o tempo, de mim. Ele vai chegar pra me ensinar, sobre tudo e toda coisa, porque aquilo que eu não souber, é porque não precisarei saber. Não se trata apenas de responsabilidade, ou proteção, é não estar mais sozinha, independente do que aconteça, saber que por um bom tempo, haverá aquela criatura vinda dos céus, pra aprender a agir como humano e, pra ensinar, a sermos algo quase sublime. E quando chegar a hora, vamos nos separar um pouco, aos poucos, até que eu aprenda a viver comigo, daquele jeito que citei primeiramente, sem me sentir só, mesmo sozinha.

Não me dê atenção, mas obrigada por pensar em mim!

Eu pergunto a todos os astros, e eles me respondem. Deus também, nunca é tardio em me mostrar o que preciso ver. A única coisa que eu não entendo, é o porquê de as pessoas nunca terem tempo pra mim, quando eu preciso, mas sempre estarem disponíveis, quando só o que resta é criticar. Pra incentivar, ajudar, acompanhar, elas estão ocupadas com seus próprios problemas. Mas assim que eu falho, elas estão livres, ou arrumam um tempinho, só pra me dizer "Eu avisei!". Acho que é porque apontando as falhas alheias, elas esquecem das próprias, e isso, de alguma forma, lhes faz bem. E, assim eu passo a entender e até aceito. Se não há o que fazer por mim, que a minha situação, ainda que negativa, sirva de conforto aos demais.

Ei, Dona Inveja!

Você pode soprar, soprar e soprar, o mais forte que puder, até perder o ar.
Porque o mesmo amor que me faz leve, me mantém firme e sempre me guia pra onde realmente vale a pena voar.
Há abraços que me protegem, há beijos que me distraem, há pensamentos que me orientam.
Então, se vale o aviso, não desperdice seu tempo comigo, mesmo que ele não seja precioso, sempre é tempo de se dar algum valor.

Eu ainda quero...

Eu ainda quero me casar, ter uma casa com uma horta no jardim, piscina no quintal, cachorros e gatos enchendo tudo de pelos, crianças gritando (mais rindo que chorando), almoços de domingo na garagem, um carro que caiba todo mundo. Ainda quero caber em roupas menores e ter sempre um sorriso que não caiba em mim. Quero deitar todas as noites ao lado de quem eu amo, após colocar as crianças pra dormir e, nos finais de semana, acordar com elas pulando na cama. E depois, sentar no sofá pra assistir desenho, comendo sucrilhos no leite, com elas. Quero receber as famílias nessa casa, durante as festas ou feriados. Ainda quero ter um trabalho que me dê prazer e me realize profissionalmente e, meus filhos tenham orgulho de contar o que eu faço. Ainda quero encher o carro com todo mundo e visitar uma cachoeira, ou praia, ou lagoa, num final de semana. Também quero visitar as avós, comer bolinhos e chico balanceado. Eu ainda quero receber vasos de flores, tortinhas de limão e sonhos de goiabada. Ainda quero carinho no cabelo, beijos na testa, mãos dadas sem motivo e massagem nos pés. Ainda quero uma música pra mim, sem ter partido o coração de ninguém. Quero alegrar quem eu amo, impressioná-los e orgulhá-los pelos meus gestos simples e rotineiros. Quero arrancar sorrisos dessas pessoas, ganhar latidos e lambidas de alegria quando chego em casa. Quero cuidar da minha família, ajudar a melhorar o mundo, aprender coisas novas e, mesmo que não façam a mínima diferença pros outros, que eu possa ensinar um pouquinho de cada coisa as pessoas. Eu ainda quero ser melhor e ser feliz, mas principalmente, fazer as pessoas a minha volta, felizes. E tudo isso só vai ter valor, se eu tiver quem eu amo comigo.

Fé em Deus

Olhos no horizonte,
pés no chão,
mente aberta,
braços apertados
e coração ao vento.

Desmelodia.

Mesmo fora do tom
queria alguém pra conversar
Pra dizer que o mundo é bom
e só basta acreditar

Minhas noites tem muito medo,
ilusões e solidão
E você que dizia: ainda é cedo
Agora corre na contra-mão

Eu desisti
de tentar
entender o que é certo
eu desisti
de buscar
aprender
a viver...

Temos nosso próprio tempo
e estamos sempre atrasados
o futuro não é mais o bastante
pra quem morreu no passado

E você que dizia: ainda é cedo
Agora corre na contra-mão

Minhas noites tem muito medo,
ilusões e solidão

E você que dizia: ainda é cedo
Agora corre na contra-mão...

Ações ou Orações, é preciso acreditar!

Não há receita certa pra ser feliz. É tudo relativo. Há muitos que tendem para o certo, para o que, dentro dos padrões, possivelmente seja o certo. Mas e a parte de tentar? De insistir, ainda que no erro e, um dia, depois de tudo que fizer, ser feliz? Só há uma maneira de saber: arriscando. A vida é isso, descer o pé da cama e correr o risco de escorregar, dar um passo após o outro e ter medo de cair. Mas há uma infinidade de motivos que nos impulsionam a levantar, mesmo que demore, será no tempo certo, porque tempo certo é aquele que acontece, sendo da nossa vontade ou não. Eu sei de tudo isso, sei de tantas coisas, mas a única coisa que preciso saber é justamente o que não sei. Irônico? Muita gente pode já conhecer esse caminho pelo qual estou andando, mas nenhum conselho ou aviso marcará o chão com as minhas pegadas. Não são os outros que devem contar a minha história. Se a Chapeuzinho não tivesse ido pela floresta, o lobo ainda estaria vivo, aterrorizando criancinhas indefesas. É preciso coragem para buscar o sucesso almejado, mas é necessário mais coragem ainda, para se enfrentar o que pode não dar certo.
O medo de decidir acaba decidindo por nós. Afinal, o tempo é algo muito sério e imprevisível; as coisas mudam o tempo todo. Não devemos contar com fatos que ainda não aconteceram; sim, são possibilidades. Mas não há como prevenir-se de tudo, pois nem tudo é simples como chuva ou sol. Às vezes, na vida, há tantas possibilidades que nos assustamos e ficamos indecisos. Se é pela razão, ou pelo coração, isso vai depender do quanto pesa cada um deles, em cada um de nós.
O que eu digo, é o que eu acho que sei e, pode ser que eu erre no que eu digo, ou até no silenciar, mas é assim que pretendo fazer minha vida, agindo conforme acredito. Pois certamente é melhor errar por nossas convicções, que por imposições ou certezas alheias.