Mais do Mesmo. Lamentações. Agradecimentos.

"Só de pensar em ti, toda hora...resolvi jogar em você a culpa ou desculpa do meu ser e, viver a alegria do meu sonhar, sonhar e esperar. Mas pensando bem, agora ou outra hora qualquer, depois, percebi que é tão certo e sensato, talvez esteja eu coberta de razão ao não querer te querer. E sendo assim, já penso em ti mais que em outra lua que eu já quisera acreditar que fosse cheia. E se eu for? Nada disso durará, pois sei que como o fogo que precisa do vento pra avivar, há sempre a água, ou o tempo, seja lá como for, o fogo vai apagar. Estarei no meu ser, num lugar, meu ou seu, lembrando de como eram felizes os dias em que te tive por perto."

Já fui e voltei. Mas ainda estou perdida por aí, sempre fica algo perdido na estrada dos apaixonados, loucos, sonhadores, inconsequentes, esperançosos...ahh, muito boas horas dormidas. Eu sonhei. Eu acordei.

Só por hoje não, sempre que for possível!

Por muito tempo pensei estar fazendo tudo errado. Mas agora vejo que aquela velha história de amar, deixar livre e tudo mais, faz muito sentido. Amo, quero bem, que viva feliz então com quem quiser. (Ou não). Mas dá uma sensação de alívio, de trabalho feito, ter deixado de falar, ter deixado de escancarar o que todo mundo sabe, só porque hoje não preciso responder por nada do que não fiz. Todas aquelas cenas e dúvidas ficam na minha mente por um tempo, mas estou livre de julgamentos, livre de consequências impostas pelas atitudes. Quando não faço algo que quero, sinto-me podada, incompleta. Mas há uma recompensa, algo que me faz querer melhorar, querer lapidar essa coisa toda de discrição, sensatez e caráter. Não por achar que as coisas serão melhores ou serei mais feliz assim, mas por saber que dando certo ou errado, viverei dias vazios de conquistas mas cheios de tranquilidade. É, hoje estou sendo covarde. Talvez isso mude, afinal quem sou eu pra ter certeza do impossível? Me defino apenas como uma constante variável. Se um valor assumido torna-se proveitoso ou cômodo, posso me fixar por um tempo. Até as outras incógnitas mudarem de valor e lá vou eu novamente, procurando o y certo da função. Sou interesseira, não gosto do que não gosto, oras! Mas oportunista não. Bem que gostaria, pessoas oportunistas aproveitam as oportunidades. Não é isso que nos tentam ensinar a vida toda? Se sou boa é por preguiça, minha vontade é de ser aproveitadora, aproveitada. Ai de mim se continuar assim, sem utilidade. Jamais inútil, pois pareceria muito agressivo e talvez meu ego não suportasse e quisesse mudar, mas pra quê? Deeeixa tudo como está, me esconderei em mim. No meu me, eu, comigo mesma. Obrigada pela atenção. Não volte sempre. Talvez eu não esteja mais em mim, vai saber!

"You're frozen when your heart is not open"

Passei dias e mais dias de um calor insuportável, esperando o frio chegar. Pode-se dizer que hoje é um dia frio, olho pela janela e a neblina toma conta de tudo em volta daqui. É claro, ultimamente tenho conseguido uma certa independência emocional, poderia simplesmente pôr uma blusa, me enrolar nas cobertas e assistir a algum filme bom novamente. Mas já tive dias quentes no frio, senti algumas mãos acariciarem meus cabelos e me fazerem sentir confortável em dias assim. Talvez se eu tivesse alguma companhia eu quisesse ficar só, mas teria opções, algo extremamente estimulante se comparado ao conformismo dos dias atuais. Hoje, só, me contento (ou tento) com as minhas cobertas cheias de mim, alguma música nova que me agrade e fantasmas que me rodeiam (estão aqui nesse momento). São espectros do passado que me fazem refletir na diferença de cada atitude que temos. Eles também vêm do futuro, como se me avisassem como as coisas são por lá, mas de medo que tenho do supostamente desconhecido, não os escuto. E eu acabo percebendo que os dias frios tão esperados, já não fazem mais sentido. Eu quis (inconscientemente) um frio simbólico, cheio de vida e coisas gostosas. Jamais ousei querer um frio real, um frio que invade o corpo e toma conta de tudo. Continuo relutando, tentando dar sentido a frases dispersas na minha mente, pra que algo em mim se mantenha aquecido, a alma. Pois aquele coração pulsante, empolgado, ansioso, já está cansado de bater em vão e, como os gramados que esperam que a manhã os cubra de orvalho (pois sabem que assim será), meu coração espera pelas próximas horas e horas e horas, deixando-se esfriar, como se fosse a velhice de dias cansados. E eu ainda sou jovem, quando minha velhice realmente chegar, talvez eu não suporte ficar só, naquela cadeira de balanço, sem dias aquecidos por lembranças. É, talvez eu chegue lá. É, talvez eu suporte. É, talvez.

Metamorfose Contínua de um Ser e Estar

Passamos muito tempo pedindo por mudanças, reclamando aos amigos sobre as insatisfações do cotidiano ou até mesmo as mais íntimas e profundas inquietudes, mas não estamos completamente cientes de que uma hora qualquer, o destino ou o mundo ou a vida ou Deus ou sabe-se lá quem, resolve atender aos nossos pedidos e nos muda. São mudanças sem fim, por mais que não percebamos elas estão acontecendo e ajudando e traindo. Nós estamos totalmente vulneráveis as decisões desses agentes mutantes, sem critério algum, pois nossos critérios são usados de forma aleatóriamente maluca por quem gerencia tanta transformação. E então tudo muda, muda a personalidade, as necessidades, os amigos, a situação em que nos encontramos e, com tudo mudado, tudo já está mudando de novo. Sem parar. Num ciclo? Num vício? Porque ainda que eu peça pra que tudo fique como está, tudo fique no seu lugar atual, as mudanças acontecem, acompanhadas de mágoas, alegrias, ganhos e perdas que nunca satisfarão o vazio que reclama de tudo, aquele vazio chato, intransigente, ranzinza, o vazio da nossa alma que não sabe valorizar a calmaria, mesmo após mil tempestades. Aproveite cada aqui e ali, cada onde e qualquer lugar, aproveite tudo, seja um tremendo de um aproveitador, porque generalizando e bastante: nada é o que era, nem será o que é.