Não 'é só o amor'.

Aprendi (nem acredito) que só o amor não é suficiente. 
Eu tinha convicção de que o amor e, puramente o amor, não deixaria faltar comida na mesa, nem calçados nos pés. E, é claro, se o amor estivesse presente em todos corações, talvez isso fosse verdade. Mas não posso mais viver num mundo baseado apenas nas coisas que vivem dentro de mim. Enquanto era só eu, até que dava. Mas depois que vieram as crianças, me senti semi-impotente. Por vezes eu sinto que não importa o quanto eu ame, o quanto eu me esforce ou deseje fortemente, não acontecem milagres. Por outro lado, tem a parte 'up', que me faz virar e revirar o mundo se for preciso, que me faz perdoar, me humilhar, mudar a mim e mais quantos, pra que as coisas deem certo pra nós. Acho, bem de leve, que a minha parte boa é a que entristece, que chora, que surta, que sente o coração saltar pela boca de angústia. Porque as coisas não são lindas como eu achava, que as coisas não são tão possíveis como antes e, quando possíveis, trazem consigo um preço muuuuito alto. E a parte ruim é essa arrogante, independente, forte a qualquer custo. Essa parte não se importa com o abstrato, com o 'invisível'. Essa parte eu acho ruim. Mas, no final das contas é a que me faz viver e seguir e continuar. No final dos versos, a parte triste, que acredita no amor, é a que vai me fazer sorrir pela eternidade, se pra lá, eu puder levar meu amor.