Pensei que jamais fosse capaz de sentir algo tão nobre, algo que invade a alma, controla o pensamento e liberta a imaginação. Essa emoção constante, essa tristeza, esse vazio, enfim, esse sentimento que todo mundo conhece tão bem e eu já havia me esquecido, o amor. O amor apaixonado, aquele inconsequente, bobo, que não nos deixa pensar em outra coisa a não ser nele mesmo. Eu deveria estar contente, afinal, faz um bom tempo que me dedico a encontrar coisas boas dentro de mim novamente, mas fui tão eficiente que consegui me surpreender, superar o previsto, enganei a mim mesma e acabei me apaixonando. Justo por alguém que não está nem um pouco apaixonado por mim. Era bem isso que eu queria, alguém que me fizesse sofrer de amor novamente, que me mostrasse que estava errada, que não sou tão fria assim, que sou capaz de amar, como outra pessoa qualquer. Opa, como outra pessoa qualquer não, felizmente já conheço esse caminho, não quero responsabilizar alguém por ter me cativado, não quero cobrar nada, por isso agora que já sei que o amor é uma semente persistente, que uma vez plantada, cresce desesperadamente com qualquer pingo de "chuva", pretendo seguir com um novo plano e arrancar essa tal semente de mim, preciso esquecer, preciso mudar, preciso dominar novamente minhas emoções. É bom, muito bom, saber que se está vivo, que se pode amar. Mas é muito triste e deprimente contar com possibilidades inexistentes todo o tempo. Preciso converter esse amor em algo, ou escondê-lo, de mim mesma em algum lugar e adiar todo esse sofrimento ridículo, essa ansiedade extrema e essa saudade antecipada. Aiai, e ainda tenho suspiros. "Quando me sinto assim, volto a ter 15 anos..." mas "... o que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber." Espero que quando retornar à sessão, consiga escrever algo menos melancólico. Espero ter curado a dor e estar sofrendo de algum outro mal, algum real.