Eu conto os dias, conto as horas pra te ter...

São pequenos instantes em que me encontro sozinha. Acho que, aos poucos, estou conseguindo ouvir meu filhote falando comigo. Não é uma questão de impressão, mas de fé. Essa coisinha, sementinha de Deus, nem saiu da sua fortaleza e já tem tanta responsabilidade.

Mas não quero, nem pretendo, sobrecarregar minha cria, embora a expectativa sobre ela seja grande. Expectativa de que el@ salve o mundo, ainda que no vídeo game, ou nos contos de fada. Não vejo a hora de tê-l@ em meus braços, mas sei, de certeza, que el@ nunca mais estará tão seguro e imune ao mundo, que quando dentro de mim. É certo que não quero desencorajá-lo a sair, pois embora esse mundo seja cruel, a vida ainda é bela, difícil, porém bela.

=x


Não quero lhe falar meu grande amor...

O silêncio nunca foi minha companhia preferida, mas às vezes me cai bem, como uma luva, esbofeteando minhas faces, trazendo à tona todos meus pensamentos e, transformando-se em gritos aqui em mim.

Eis a definição certeira: quando o silêncio surge no ambiente, os gritos começam na minha mente. E cessam, com as lágrimas, nem sempre visíveis, mas tão densas quanto os olhos temem suportar.

Sabe a sensação?

Sabe a sensação...
De ter o mundo em suas mãos e não conseguir segurá-lo?

As coisas sempre se ajeitam e o universo sempre conspira a seu próprio favor. Deus não hesita em manipular-nos, seja para nosso bem ou para tirar-nos deste caminho de escolhas. Estas, que eu insisto em dizer: são as responsáveis por mudar os meios, porém sem êxito algum em alterar os fins.
Não ouso aceitar os rótulos que me são postos, de fora para dentro. Porém, os que são postos de maneira contrária (de dentro para fora), estes são tatuagens, cicatrizes que me distanciam da igualdade com o mundo externo. Porque estou do avesso, com a pele surrada à mostra.
A maioria das pessoas guarda suas cicatrizes do lado de dentro, com uma versão aceitável disso tudo, na parte de fora. Algumas continuam arranhando-se por dentro, até o fim de seus dias.
Talvez eu seja uma dela, revivendo traumas diariamente, sonhando com as mesmas ilusões passadas, sofrendo com dores antigas e repetidas.