Inconstância.


Num dia,
presente inesperado,
um beijo roubado,
no outro,
críticas de todo o lado,
sofrimento calado.

Nada se faz, muito se diz.
E apesar de tudo, a gente ainda é feliz.

Maternal


Tudo que eu faço, direta ou indiretamente relacionado ao meu filho, me faz pensar se estou fazendo o melhor, se estou sendo uma boa mãe e, mais que isso, se estou sendo a mãe que ele merece. Mais que nunca, tenho essa necessidade de ser a mãe perfeita, porque, enquanto meras pessoas, nós falhamos, o tempo todo. Mas ser mãe é como se Deus nos desse uma nova chance de acertar (errando o tempo todo, mas ao juntarmos esses erros, pode ser que acertemos lá na frente). Não posso ser legal o tempo todo, nem brava o tempo todo. Mas o mais difícil é não poder ser o que quero ser ou fazer o que quero fazer, QUANDO quero. Paciência! Paciência! Paciência! Ele não tem culpa dos problemas do mundo, ou dos que minha mente cria. Ele é minha responsabilidade. Eu o quis, o pus no mundo, eu devo criá-lo pra ser uma boa pessoa. E, apesar de soar como algo pesado, eu QUERO isso. Vejo meu filho como uma oportunidade de ser útil pro mundo (com um certo sacrifício sim), mas se for comparar com tantas pessoas que fazem tantas coisas em prol da humanidade, ser mãe é a melhor. Porque a gente sofre, se preocupa, chora, se irrita, se preocupa mais um pouco, perde a paciência mil vezes, mas a gente descobre a coisa mais linda que já pude sentir: a capacidade de amar incondicionalmente alguém. E até então, achava que sentia isso pelos meus pais, ou namorados, ou até pelos melhores amigos. Sim, os amo. Mas tudo TUDO tudo mesmo, além do certo e do errado, além da vida ou da morte, só descobri ser capaz pelo meu filho. E, um dia, talvez não neste plano, quero olhar pra ele e saber que fiz bem meu trabalho. Como saberei? Se ele for feliz. 

Eu sei que parece bobo pra quem não é mãe, afinal ele não lê, ou ao menos tem facebook (assim como as orações postadas pra Deus), mas:
Filho, eu te amo!

...São Sebastião...


Sobre nascermos meninos ou meninas, penso que mesmo moleca, deveria ser menina mesmo. Pra quase tudo eu prefiro os meninos. A sensação que dá, ao fazer todas as coisas com eles (olhar, conversar, abraçar, assistir, ouvir e cantar) me inspira prazer. Já com as meninas, me sinto compreendida, principalmente em relação aos meninos. No mais, é como se as meninas fossem, na prática, atraentes, mas o universo que envolve os meninos, me fascina.


E o meu universo tende ao equilíbrio, yin-yang,
duas caras que compõem o mesmo valor.
Me sinto Amy, amada.
Mamma Mia, exagerada.
Me sinto Freddie, Jagger, Lenine e Renato.
Com o Nando, sempre sonhando...

Se eu fosse uma ideia, não seria vaga.
O único vazio em mim, é o que eu deixo, quando saio a rodopi(r)ar.

Procuro um amor...

Procuro um amor que goste de mim, também, quando não estou de batom vermelho. Que continue me amando quando eu chorar. Que não sinta pena, mas sinta orgulho de estar comigo. Procuro um amor que me dê flores, abra as portas e seja gentil, e, que não sinta-se envergonhado ao receber meus presentes e agrados. Um amor que goste de sexo, o jeito pouco importa, mas que não seja muito moderno, nem muito parado, que goste de sexo comigo e que eu seja suficientemente boa pra ele. Procuro um amor que me aceite nos ensaios e shows, ou na torcida, ou discutindo teorias com seus amigos. Um amor que tenha espaço pra mim em sua vida. E que caiba na minha, gostando de crianças, de filmes e ligações sem propósito, só pra matar a saudadinha que o fim do dia pode não esperar. Esse amor pode até gostar de outro gênero musical, mas que entenda e aceite que rock é, sem dúvidas, o melhor. Procuro um amor que goste de conversar, debater, discutir, mas que nunca grite comigo. Procuro um amor que lembre de mim em cada pequeno detalhe. Que saiba me admirar como mãe, me aceitar como amiga e, me amar como mulher. Procuro um amor que me proteja, que me abrace, que me chame pra dançar mesmo sem sabermos. Procuro um amor a quem eu possa servir o prato, tomar banho junto, ou cortar as unhas. Que me deixe cuidá-lo na prática, e que cuide de mim na amplitude dos meus valores filosóficos. Que goste de sorvete, de pipoca e da sensação que dá quando encostar sua pele na minha. Procuro um amor que me entenda, e que, mesmo quando não entender, reconheça que tenho quantos motivos precisar, pra qualquer coisa que eu faça ou queira fazer. Que me ame com todos defeitos, mas que, principalmente, mereça minhas raras qualidades. Procuro um amor que, muito provavelmente, não exista.