Clarisse

Hoje eu não quero dizer, nem ensinar, não quero fazer minhas preces diárias, não quero sorrir, embora algo me arranque um sorriso bobo e inocente, às vezes. Hoje eu não quero fazer nem ouvir promessas, não quero pensar na dor e na injustiça do mundo, como todos os dias. Não quero lembrar de tudo, como sempre. Não quero fazer nada, mas quero ir pra longe e, rapidamente caminho pra longe daqui. E nessa caminhada, exausta, sem fôlego, com as pernas latejando e os pés doendo, não sei onde estou e paro. Pra onde eu vou? Por que parei justo aqui? Por que eu vim, eu sei. Não quero respostas, nem palavras de conforto, muito menos conselhos. Quero um abraço apertado, algo que me roube da inércia na qual me ponho. E agora vejo claramente, mesmo com toda a loucura, toda a agitação da minha mente e o aperto no coração, eu sei. Sei que não importa pra onde eu vá, até mesmo porque não sei pra onde ir, mas sei de todos os motivos pra ficar.
Às vezes é preciso fugir, pra se lembrar de como é bom estar.

Cuidado! Cuidado!

Cuidado! Veja bem se aquilo que você deseja com muita força, é realmente o que você quer. As consequências são inevitáveis. Pense antes de desejar, o destino não hesita em nos mostrar quando erramos, mas às vezes percebemos rápido demais e nos deparamos com tudo que queríamos, ontem. Bondade e fé, é o que eu recomendo. Porque mesmo que não seja da maneira que realmente queríamos, é sempre a melhor maneira, é sempre como deve ser. Aprendi alguns limites, aprendi a não insistir demais, a não ser inconveniente, embora seja extremamente difícil saber o momento certo. Mas novamente, CUIDADO! Há sempre pedras no caminho, não devemos deixar de andar, porém é preciso saber viver, amadurecer. Afinal, viver como se não houvesse amanhã, pode trazer muito arrependimento!

Baseado em fatos reais.

No cinema, é totalmente aceitável que alguém ame duas pessoas ao mesmo tempo, fique indecisa, beije uma, perceba que ama a outra, saia imediatamente correndo atrás da outra e viva feliz para o sempre imaginário do final do filme. Na realidade, nos deparamos com a mesma situação e julgamos de maneira totalmente contrária, criticamos e crucificamos as pessoas que se enquadram nessa situação que, ao meu ver, não é tão rara assim. Podem até dizer que é porque o cinema é ficção, mas não se aplica. Já que nos familiarizamos com a ficção justamente por fazer essa troca, de nos imaginarmos naquela situação e os filmes refletirem, de certa forma, situações da realidade. Ou seja, só porque parecem distantes, podem ser felizes, independente dos caminhos que tomem. Mas quem está próximo, deve pagar o preço da rigidez mental e moral, de quem vos rodeia. É lamentável e não espero que mudem, mas gostaria muito que o fizessem.

Tropeços

O destino insiste em me meter bem no meio das bolas de neve. Por vezes eu congelo, por outras derreto tudo. O que importa é que sigo dançando conforme a música e sei que o tempo não pára. Eu vejo o futuro, mas não temo. Sei que há essa força maior que me fará seguir no caminho certo e do bem. Não entendo muito bem o porquê desses envolvimentos passageiros e dessa dorzinha no peito, mas se há algo que é pra ser, certamente será. Não há chances de escapar. Há chances de mudar, mas não o todo, apenas de ser da melhor ou da pior maneira, mas sempre será. Sempre há dor, mas sempre há vontade de lutar. Lutarei pelo meu destino e não contra ele. Serei feliz, mesmo estando triste. Ser não é estar, ao contrário do que aprendemos nas aulas de inglês. Pra ser eu, pra ser meu, tem que ser muito mais, tem que estar sempre, querer sempre, lutar sempre.

Rascunho antigo, porém válido.

Eu quero um novo amor, que também me ame. Não precisa me amar de início, mas precisar me deixar amá-lo. Quero poder cuidá-lo, protegê-lo, mimá-lo. Quero contar como foi o dia, falar minhas opiniões, planejar o futuro, poder abraçá-lo quando tudo der errado e quando tudo der certo. Dormir junto, viajar junto, chorar e rir. Ser feliz, mesmo sendo triste, às vezes. Fazê-lo feliz, sendo feliz, ao seu lado. E a cada sorriso seu, relembrar como é bom viver.

Viagens nas conchas!

Andando pela praia, vi uma concha. A mais linda que havia visto e poderia ver. Todos seus detalhes me encantaram, pensei em dá-la a alguém, usá-la como pingente, pendurar na parede, enfim, estava decidindo o destino de tamanha beleza e perfeição. Então, recolhendo outras conchas, percebi que nenhuma outra chegaria aos pés da primeira. Quando encontrei outra, a mais bela que eu já havia visto e pensei não poder encontrar outra igual. A primeira já não era mais tão bela, naquele instante. A primeira, apesar de muito bela, teve seu valor diminuído. E depois de mais algumas, encontrei outras, lindas e perfeitas, maravilhas da natureza. Portanto, a beleza e o valor de algo ou alguém, depende dos parâmetros que criamos, baseados em nossas experiências. O que era o melhor, pode hoje, tornar-se apenas bom, ou o que era bom, tornar-se o melhor. Pretendo aproveitar o momento em que cada um ou cada qual for o melhor. Pretendo aceitar as mudanças de pessoais de classificação e rotulação mental, pretendo entender e valorizar, o que cada um é e o que cada um já foi. Pretendo melhorar sempre, porque hoje posso ser incrível e amanhã ser apenas legal, depende dos parâmetros de quem avalia. Faz parte, devemos entender e respeitar, mas se quisermos seguir ao lado de quem amamos, devemos fazer o possível, para ser amáveis.