Hoje eu não quero dizer, nem ensinar, não quero fazer minhas preces diárias, não quero sorrir, embora algo me arranque um sorriso bobo e inocente, às vezes. Hoje eu não quero fazer nem ouvir promessas, não quero pensar na dor e na injustiça do mundo, como todos os dias. Não quero lembrar de tudo, como sempre. Não quero fazer nada, mas quero ir pra longe e, rapidamente caminho pra longe daqui. E nessa caminhada, exausta, sem fôlego, com as pernas latejando e os pés doendo, não sei onde estou e paro. Pra onde eu vou? Por que parei justo aqui? Por que eu vim, eu sei. Não quero respostas, nem palavras de conforto, muito menos conselhos. Quero um abraço apertado, algo que me roube da inércia na qual me ponho. E agora vejo claramente, mesmo com toda a loucura, toda a agitação da minha mente e o aperto no coração, eu sei. Sei que não importa pra onde eu vá, até mesmo porque não sei pra onde ir, mas sei de todos os motivos pra ficar.
Às vezes é preciso fugir, pra se lembrar de como é bom estar.