Sob um céu de blues.

Here I stand head in hand
Turn my face to the wall.

e que diabos faço aqui?

- o título foi o que me veio à cabeça, sem motivo aparente, por impulso. E como agradeço por ter meus pulsos, resolvi deixar.

Sinto-me patética (porque gosto dessa palavra), me lembra dos comentários da minha família sobre correr como uma pata. Então me soa familiar, aconchegante. Afinal de contas as palavras são amigas. Por isso as usamos de todas as formas: tentar resolver problemas, declarações de amor, para conversar apenas, para nos fazer dormir, para aprender algo e até para matar a fome (sopa de letrinhas, biscoito passatempo) Assim são os amigos (melhores ou piores). Intermediam nossos problemas, nos acompanham nas confusões, estão sempre dispostos a ajudar a qualquer hora do dia, nos ensinam muitas coisas e sempre tem aquele amigo que nos leva pra "bater aquele rango" na sua casa. Apesar da semelhança prefiro as palavras - amigas. Pois os amigos sem palavras não ficam guardados por muitos e muitos anos dentro de um livro. Nem precisam de um incêndio ou enchente para sumir, simplesmente descobrem as asas mais reais que as da imaginação e voam para um continente qualquer. Nunca entendi o porquê de: "compre um carro e terás milhões de amigos", se comprando um livro (que é muito mais barato) descubro amigos inimagináveis. Gente tola.

Ah, mor.

Estou amando de uma maneira que sou amor. Não há temor em dizer que se ama, quando todos os meus poros exalam esse perfume magnífico.
E não pensem que estou sempre alegre, brilhante e saltitante não. O amor verdadeiro nos permite muito mais. Nos permite sermos nós mesmas (eu e as milhares de mim). Esse amor tão glorioso, nos permite amar. Não há preocupação em amar, ainda que haja preocupação em todos os outros verbos da vida. Pois o amor persiste anestésico e analgésico, mesmo quando as coisas não vão tão bem. É um amor que me espera e que me faz esperar, um amor que me acompanha e volta para trabalhar. É um amor que tem muita vida e vida criará. E agora com ou sem rimas tentarei explicar a transformação do amor em mim (ou o contrário) porque agora eu sou e quero todo amor que há nessa vida. Não choro mais sozinha, nem dou gargalhadas sozinha. A solidão é apenas uma velha da infância, que não sei qual rumo tomou e adoça minha alma por tudo que me ensinou.