Eu falava e você ria. A gente chorava decepção, desespero, mas quando eu chorava primeiro, podia sentir sua mão no meu cabelo. E quando não tinha pão, nem macarrão, tinha brigadeiro, até tererê sem gelo, ou algum filme de ação. São músicas, memórias, segredos e histórias. O espaço colabora, mas é o tempo que demora, pra que eu possa entender, que na amizade vale mais esquecer do que ter. É bom ter com quem contar, pra quem contar, mas o mundo gira rápido e eu ando devagar. A vida me martela, pregando peças feito novela. É inacreditável e inadmissível, fiquei te esperando e te vi partindo. (Re)partiram seu coração, e você vive aos cacos, aos prantos disfarçados de casos, muitos sorrisos e passos falsos, ego e bateria intactos. Se um dia vai passar, se você vai acordar, nada posso dizer. A única coisa que sei, é que "é de ti, que não me esquecerei".