Por muito tempo pensei estar fazendo tudo errado. Mas agora vejo que aquela velha história de amar, deixar livre e tudo mais, faz muito sentido. Amo, quero bem, que viva feliz então com quem quiser. (Ou não). Mas dá uma sensação de alívio, de trabalho feito, ter deixado de falar, ter deixado de escancarar o que todo mundo sabe, só porque hoje não preciso responder por nada do que não fiz. Todas aquelas cenas e dúvidas ficam na minha mente por um tempo, mas estou livre de julgamentos, livre de consequências impostas pelas atitudes. Quando não faço algo que quero, sinto-me podada, incompleta. Mas há uma recompensa, algo que me faz querer melhorar, querer lapidar essa coisa toda de discrição, sensatez e caráter. Não por achar que as coisas serão melhores ou serei mais feliz assim, mas por saber que dando certo ou errado, viverei dias vazios de conquistas mas cheios de tranquilidade. É, hoje estou sendo covarde. Talvez isso mude, afinal quem sou eu pra ter certeza do impossível? Me defino apenas como uma constante variável. Se um valor assumido torna-se proveitoso ou cômodo, posso me fixar por um tempo. Até as outras incógnitas mudarem de valor e lá vou eu novamente, procurando o y certo da função. Sou interesseira, não gosto do que não gosto, oras! Mas oportunista não. Bem que gostaria, pessoas oportunistas aproveitam as oportunidades. Não é isso que nos tentam ensinar a vida toda? Se sou boa é por preguiça, minha vontade é de ser aproveitadora, aproveitada. Ai de mim se continuar assim, sem utilidade. Jamais inútil, pois pareceria muito agressivo e talvez meu ego não suportasse e quisesse mudar, mas pra quê? Deeeixa tudo como está, me esconderei em mim. No meu me, eu, comigo mesma. Obrigada pela atenção. Não volte sempre. Talvez eu não esteja mais em mim, vai saber!