Quando eu quero e não posso, quero mais.
Quando eu posso e não quero, não quero.
Quando eu quero e posso, quero muito.
Quando eu quero, posso, mas não devo, quero muito mais.
Quando eu quero, devo, mas não posso, quero ainda.
Quando eu não quero, não posso, mas devo, não quero.
Quando eu não quero, mas posso e devo, continuo não querendo.
Eu quero, posso, mas não devo. Portanto insisto em querer, porque eu quero querer. Se eu deixar de querer, por não dever, pronto: não quero! Não quero! Não quero! Mas eu quero querer. Esse mal que me ronda é um bem. É como brincar com fogo, um descuido e as consequências são terríveis. Mas enquanto manipulado com sabedoria, é muito vantajoso. Eu ainda tenho o controle e, acabei me descuidando algumas vezes. Mas ainda quero, ainda posso e talvez eu deva. Só saberei depois de dominar o fogo ou de me queimar. São riscos que estou disposta a correr. Embora eu sempre corra ou pare bruscamente, estou aprendendo a caminhar, a seguir um ritmo ameno, algo que eu possa suportar. E eu suporto bem a dor, suporto bem a felicidade, suporto bem tudo, menos a ausência desse tudo. Não suporto o nada. O nada me preocupa, ele sim é insuportável pra mim.