Reconhecimento.

Quero te agradecer, por velar meu sono, por chorar meu choro, por sorrir meu riso. Mesmo que não possamos dormir sempre juntos, ou que você não produza lágrimas ao mesmo passo que eu, ou que eu exagere em gargalhadas enquanto você, tão somente, brilha os olhos. E quando eu urro de raiva, ou me afogo no travesseiro, sinto sua ausência. E então, logo em seguida, te procuro. Eis que está lá, tentando parecer que não está fazendo nada, tentando não me deixar saber que está se esforçando pra não piorar a situação, por não querer dizer algo errado, poda-se. E isto, é a maior prova de cumplicidade, de companheirismo: quando renunciamos às vontades impulsivas, para o bem de outrem. Eu amo sua alegria incontida, mas ainda não sei vivê-la e só. Sei que seremos sempre melhores, mais fortes, mais. Eu vejo em você um motivo pra melhorar (e meus pais sentiriam inveja disso). E quando já não tenho mais forças pra chorar, seguro sua mão. O choro vem mais fácil, um alívio me consome e, enfim, relaxa minha alma. Obrigada por ser tão eu, quando eu mesma não caibo em mim.