Além do Horizonte

Eu venho dizendo a mim mesma que é possível seguir, mas há uma linha, fina e contínua, que me barra como um muro de concreto, e me faz insistir e quebrar a cara, toda santa ou não tão santa vez.
Essa linha não é visível a olhos nus, é preciso vestir-se, mascarar-se de destino, e então, apertar bem a vista, pra enxergá-la ao longe, mestra em impedir de ir aonde eu sonho em chegar.
Uns chamam de horizonte, eu chamo de cofre de sonhos: depositamos nossos sonhos lá e o horizonte os guarda pra sempre, como uma garantia, de que você nunca deixe de sonhar, já que seu sonho nunca se tornará realidade.

"Os sonhos vêm, os sonhos vão... e o resto é imperfeito". Tudo aquilo que é paralelo aos sonhos, não me agrada, por ser tão real e eu não poder mudar justamente nada, nessa tal realidade. Esta, a qual me limita, me define, me faz não caber em nada, de tamanha grandeza que sou feita, de tamanha dimensão da minha importância, faz com que eu não pertença aqui, nem sequer ao lado de quem me faz tão imensa.

"Disseste que se tua voz, tivesse força igual à imensa dor que sentes, teu grito acordaria, não só a tua casa, mas a vizinhança inteira"...