E aquele livro dos Beatles...

E toda vez que eu ouso batucar da maneira correta, como amadores que tentam seguir o mestre, então eu me lembro de você, como um sonho, por fora cítrico, azedo e engraçado, mas por dentro muito doce, suave, macio. A perfeição do que precisamos nos dias: uma boa companhia, algumas risadas, algum olhar distante e boas e longas conversas, sempre numa velocidade exagerada, de cá pra lá e lá pra cá. Você não parava, e o tempo não pára. Eu sinto tanto a sua falta. Foi tão pouco tempo, mas mas mas mais que suficiente pra eu lembrar de você como lembro daqueles que fizeram a diferença. Não foi intenso, não foi duradouro, foram dias bons, foram carinhos nas palavras disfarçadas e secas. Você deveria estar aqui, mas eu tenho fé (muita fé) que a vida sabe o que está fazendo com você. Camisetas antigas, óculos de pai, fardas, farras, redes e sonecas, cabos e rodos, café café café e a música, o livro dos Beatles... Jazz, blues, e a melancolia que você deixou pra trás, com tudo que ficou. Esse tempo vai passar, assim espero. Quero ter o alívio na alma, de te ver bem, feliz, sossegado. Esse tempo não volta. E eu fico esperando notícias suas, porque não ouso entristecer nossos amigos com minha saudade de você. É difícil pra todos nós, mas eu sei que mais difícil ainda é pra você, e isso me deixa pior. Sinto sua falta.