O silêncio de um mergulho na alma

O gosto amargo da solidão está apenas na boca. O tempo é um santo remédio, sabemos. A novidade é que não há necessidade de desespero, pois sozinha consigo ter a mim, mesmo perdida. Se o tempo é de chuva, ou de madrugada, não há coisa melhor que recorrermos ao nosso centro e, perguntarmos ao fundo da alma, o que estamos sendo (nem sentindo, nem querendo). Não ouso dizer que sou feliz, agora. Muito menos triste.
Sou água de lago no outono, na qual as folhas viajantes pelo vento, pousam, mas não chegam a tremular. Não me atire pedras, pois certamente não verá mais esta beleza tão clara e límpida. E, só mergulhe em mim, se souber nadar em tempestades e flutuar na calmaria que a sucede.