Cheguei a conclusão de que sou volúvel. Não sei se muito ou pouco, sei apenas que sou. Há um bom tempo atrás defendia mil idéias, mas eu mal sabia das coisas do mundo (não que agora eu saiba, sempre caminho à certeza de que nada sei). É claro, eu tinha lá minhas teorias sobre poucas coisas e as defendia piamente. Com uma grande mudança de tempo, espaço, situação, minhas teorias tornaram-se contraditórias e eu acabei por optar pelas idéias que me pareciam mais certas, lógicas ou reais simplesmente, talvez até convenientes. Mas diante de certos fatos, parei pra pensar em como a cabeça de uma pessoa muda e, o porquê de tantas atitudes tomadas de forma precipitada. E então desenvolvi mentalmente uma teia de possibilidades e fatos embasados no que poderia ter sido se não fosse outra coisa e bla bla bla. Depois de muitas idéias soltas, muitos planos paralelos que por fim fazem sentido juntos, cheguei à conclusão de que sou volúvel sim, mas ainda bem que sou. Porque se continuasse sempre com os mesmos conceitos velhos de guerra, seria a mesma coisa que viver alienada, sem permitir que o mundo a minha volta me afetasse. Aprendi a filtrar isso, hoje eu sei o que devo levar em conta, com o que devo me preocupar e por aí vai. Aliás, devo me preocupar com tudo, devo viver a vida com a intensidade de um raio de sol ao meio-dia e ao mesmo tempo ter a suavidade do brilho de uma lua cheia, pra saber equilibrar as coisas. Porque se déssemos atenção apenas as coisas devidamente necessárias, seria tudo tão...robotizado, tão sistemático que seria perdida a essência do sentido de viver. E em contrapartida, se nos preocupássemos apenas com coisas simples, banais, de certa forma "sem importância", nos tornaríamos covardes, refugiados num mundo de idéias, sem notar o mundo à nossa volta, sem dar valor as coisas vivas. Portanto, aprendi enfim, que posso estar errada em relação a zilhões de coisas, mas se continuar controlando o 'filtro' que me cerca, serei esse eu que sou, apenas melhorado. A melhoria implica em algumas perdas também, então não espere que eu chegue onde eu quero (não me pergunte onde porque ainda não sei, mas estou indo) com as mesmas virtudes, apenas sem os defeitos. Isso seria jogar fora todo o processo de evolução, seria 'brincar de casinha' como diria meu pai. Veja, sou orgulhosa o bastante pra transformar a idéia de algo ruim, de um defeito, em algo totalmente aceitável e bonito. Sou mais que volúvel, sou orgulhosa, teimosa, persuasiva ao extremo. E vejo tudo isso como 'algo de bom e forte em mim' . Cuidado comigo, eu mudo muito, mas continuo a mesma. (Alguém já disse algo parecido há muito tempo, mas isso foi inteiramente espontâneo, haha).
ps. O título faz referência a Los Hermanos. Talvez um dia eu explique melhor.